Da nossa saúde mental 💚
Não a descures 💚🍀
[não quero com isto dizer que não devamos ser empáticos com as lutas dos outros só não podemos descuidar-nos principalmente do foco da nossa saúde mental]
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Não a descures 💚🍀
[não quero com isto dizer que não devamos ser empáticos com as lutas dos outros só não podemos descuidar-nos principalmente do foco da nossa saúde mental]
A saúde mental é um assunto cada vez mais na ordem do dia. Só não sei se isso está a ser positivo e a trazer os frutos que deveria trazer. Isto é, às vezes parece que se fala de saúde mental de uma forma tão corriqueira que parece-me banalizar-se um assunto muito peculiar, importante e que deveria ter uma maior lucidez e atenção. Empatia. Uma maior ajuda no verdadeiro sentido da palavra. Ajuda pessoal e profissional. Doenças mentais (em todas as suas variantes) ainda são um assunto tabu, preconceituoso, pejorativo e diminutivo à pessoa. Com isto tira-se-lhe o foco na ajuda à pessoa que precisa e ao seio restrito onde está inserida que precisa também de ajuda.
[imagem retirada da internet]
- o cérebro de uma pessoa é realmente impressionante, a falha/avaria/mau funcionamento de um componente (células) seu muda efectivamente tudo na tua vida e na de terceiros.
- podes achar que percebes, podes achar que chegas lá, podes achar que já leste tudo e mais alguma coisa, podes achar que aquilo vai ser controlável, mas na verdade, a princípio não vais saber lidar ( e este "a princípio" pode durar anos e nunca chegares a saber lidar)
- o amor só não chega. Ajuda. Mas não chega.
- vais ter dias muito maus. Péssimos. Horríveis. Inimagináveis. Vais ter dias melhores. Nunca vais voltar a ter dias como antes.
- num dia podes ter tudo. Tudo a correr muito bem e no segundo seguinte tudo a correr muito mal.
- vais querer desistir, de ti ou da pessoa.
- ninguém, por mais que tu possas partilhar vai saber com o que lidas. Fica mais perto de imaginar, quem já passou por uma situação semelhante, mas todas as doenças mentais são e manifestam-se de maneira diferente com pontos em comum.
- a nível profissional a ajuda é muito pouca para o estrago que causa, não só na vida do doente em si, mas por vezes, muito mais na vida dos que o rodeiam.
- enquanto se lembrarem de ti, está "tudo bem", no dia em que não se lembrarem, que provavelmente vai acontecer, vai doer ainda mais.
- se achas que já viste tudo nesta vida, vais ter a perfeita noção que não, que todos os dias te consegues surpreender e normalmente pelos motivos menos bons.
- pode demorar anos a manifestar-se mas o "bichinho" já lá está, com isto dizer que, haverá pequenos pormenores que a princípio não se dão a devida importância e que mais tarde te vão fazer pensar "afinal quando foi aquilo, já era um sinal". É, pode ser.
- aprende com isso. Vais revoltar-te. Bater o pé. Chorar, gritar, resmungar e vais chegar aquele ponto de ebulição. É normal e melhora com o tempo. E é esse tempo que te vai demonstrar que não vale a pena. Aquilo é uma doença. E uma doença ninguém escolhe. Muito mais uma doença mental que, não só não escolhes como tira-te todos os dias o poder de escolheres o que quer que seja.
[expresso-me mais sobre a demência e o Alzheimer]
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▪Texto em destaque na página do @SAPO
Alzheimer.
Só de pronunciar dá medo.
Mas a minha constatação vai muito mais além do que se ouve dizer.
A nossa saúde mental deveria ser a nossa prioridade. Mas não é. De todo é a prioridade do mundo. Desde que me lembro de ouvir esse nome a seguir veio sempre um "não tem cura". E isso, por si só, torna-se a doença que mais medos dá, ou deveria dar.
E é coisa de velhos, achamos sempre que é uma doença lá para os fins da vida. Só que não. Atentem. Só que não!
Ouvir dizer é uma coisa, mas passar por ela é dar-te a noção menos distorcida do que é a sua realidade.
E é desesperante.
Nunca ninguém te ensina a lidar com ela (a doença), nunca ninguém te dá bases para encara-la. Nunca há grandes respostas para todas as perguntas que surgem sobre a mesma. Nunca nada te dará mais medo que. Não há dois dias iguais. Há dias melhores há dias muito, muito maus. E no mesmo dia podes ter momentos dos dois. Nunca mais serás a mesma. Nunca. Pode avançar devagar mas nunca retrocede. Há sinais que se confundem com mil e duas coisas menos isso. Nunca aceitas à primeira. Nunca queres mesmo acreditar. Chegará um dia em que não vais conseguir conter as lágrimas porque o que acontece te deixa de tal maneira perplexa, confusa e em negação. Ninguém te vai ajudar porque ninguém sabe lidar com a doença e o que tu contas não é nem próximo do que se vive diariamente. A dor é, a certa altura, muito mais para quem cuida do que para quem é cuidado que na verdade deixa de ter noção do que tem. Do que faz. Do que quer. Do que é. De quem é. De quem são.
É triste. É difícil. É revoltante em muitos dias. É aceitar todos os dias mais um bocadinho. É tentar perceber. É tentar saber lidar. É falhar muito e aprender todos os dias. E voltar a falhar. À grande. E tentar não te sentires mal demais por isso. Mas sentes. Mas tens consciência que não podes sentir. Somos humanos. Erramos. Perdemos a paciência. Temos sentimentos.
Qualquer pessoa que tenha Alzheimer tenho-a cada vez mais em consideração muito mais ainda tenho dos (bons) cuidadores. Um beijinho e um abracinho que muitas vezes é bem preciso a todos. 🍀
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