Em dia dos Irmãos!
Quando nascemos não vimos programados, se calhar um dia, mas hoje ainda não. Tão só por isso nem tudo o que vem de sangue é o que durante a vida nos é mais próximo. A vida molda-nos, moldando aquilo que pelas regras da vida está imposto numa lista. Às vezes seguimos outras tantas nem por isso. O grau de parentesco já há muito que deixou de ser o mais importante na caminhada da vida e na construção do nosso eu. Não é para todos, mas para muitos. É claro que se tenho quem me é mais amigo fora os laços de sangue será mais importante. Já tive uma amiga e uma prima a casarem no mesmo dia. Seria injusta para comigo mesma se optasse pelo casamento da prima que raramente mantenho contacto ao invés de ir ao da minha amiga que partilhávamos o dia-a-dia. Para muitos é inconcebível para outros tantos é igual ao litro para mim é dar importância a quem faz parte do meu eu, independentemente do sangue que nos corre nas veias.
Agora quando falo de irmãos, oh pá dá-me cá dentro um nó. Isto de irmãos viverem de costas voltadas, de não se falarem, de se anularem uns aos outros, de não conviverem, dá-me urticária. Talvez por sempre ter tido uma relação com o meu irmão assim pra lá de espectacular. Talvez por desde pequenos e com uma diferença de idade de sete anos termos passado por fases difíceis em que era como o cão e o gato, mas sempre juntos. Talvez por o meu irmão, sendo o mais velho nunca me ter deixado para trás, nunca ter deixado de me levar com ele para sair, nas férias, para o grupo de amigos dele que passou a ser também o meu, mesmo com esta diferença de idade. Talvez por nunca termos falhado um com o outro, por não deixarmos de ser os melhores amigos e arranjar desculpas para as nossas asneiras. Talvez por termos ultrapassado o “trauma” de que sempre me tirava as cabeças dos nenucos e eu sempre fazia de tudo para lhe destruir os carros. Talvez por sempre que me chateavam ele estava lá a proteger e porque apesar de mais nova impunha-me quando lhe queriam tirar a razão. Talvez por quando ele teve que sair de cá, nós estarmos na idade em que eu já não precisava dele para sair mas com ele é que fazia sentido. Eramos do mesmo grupo quem faltava fazia falta, então o meu irmão.. Talvez por estarmos há já alguns anos a lutar diariamente com esta cena chata da distância que mói. Talvez por ainda hoje falarmos todos os dias e talvez por ainda hoje a protecção mutua se sentir.
Enfim o que eu tenho a dizer é que o meu irmão tem uma sorte tremenda em ter-me como irmã, no entanto o sentimento é recíproco. ♥
[sim, eu ia puxar-lhe a orelha :) ]