Da inspiração...
Não me apetece ter-te saudade em cada canto. Ver-te onde não estás mais. Sentir-te de onde não sais – estupor. Não me apetece ler-te em tudo o que escrevo. Avivar-te na minha vida. Estares nas minhas lembranças boas, mas também em algumas menos boas, claro. Não me apetece falar sozinha das tantas que te imagino a meu lado. Não me apetece a cada respirar querer-te um bocadinho mais (não deveria ser menos?). Cair à cama e procurar-te ou abraçar a almofada só por querer sentir mais que tudo Aquele abraço. Não me apetece os caminhos que percorremos juntos serem os mesmos que percorro agora sozinha. Passar na terra tua que também já foi minha (e pensávamos nós que era destino). Não me apetece ter perdido (quase) todas as tuas palavras. Não me apetece ter deixado de falar assim como não me apetece sentir que nada mais correcto foi a decisão. Não me apetece esta saudade que me sufoca, quando o pensamento lembra os nossos primeiros momentos. Os primeiros sorrisos. As primeiras promessas, as primeiras experiências. Não me apetece porra.
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