Conversas... Ups! *49* - Os miúdos e as "lições de moral"
Quando uma miúda de oito anos te diz após ouvir a conversa dos adultos em que alguém pergunta "quando te casas?":
-«acho que percebo porque estás sozinha. Hoje em dia é difícil encontrar-se um amor como o dos meus pais (casaram com dezoito anos e como eles dizem conheceram-se desde sempre). É difícil encontrares alguém em quem confiar. Ou se juntam novos e conhecem juntos, ou então depois quando és mais velha já sabes o que a casa gasta e tem-se medo de se magoar, ou de dar a oportunidade a alguém que vem só por vir e que nem dá para confiar. É triste, hoje em dia ninguém está para aturar ninguém e há mínima coisa vai um para cada lado. Pior mesmo é quando há filhos. Sabes que tenho na família uma prima que se separou do marido e quis ficar com filho, agora arranjou um namorado e quem lhe fica quase sempre com o filho é a mãe. Mas afinal de contas para que quis ela ficar como filho se agora só quer namorar e faz da avó, mãe do filho? É triste. Acho que te percebo. E acho que um dia, se as coisas continuarem assim também não vou ter paciência para aturar homens. Isso se não encontrar um amor como a minha mãe que dê para confiar para a vida toda. Assim mesmo como a Carolina canta»
Faz parecer só tão parvo todas as outras pessoas que insistem no "ainda não te casaste? E namorados? Filhos? Vais ficar solteira? Vais namoriscando? Não te juntas?"
A sério, uma "lição de moral" de uma miúda de oito anos. Ao que só lhe respondi "vais com certeza arranjar um grande amor, minha querida" e ela prontamente - «é o ter que ser».
Os miúdos surpreendem-nos quando pensamos que já nada deles nos surpreende.