Se eu não gostasse tanto de escrever, não escrevia.
Não permitia que alguém me dissesse para não o fazer, eu simplesmente não deixava de o fazer só porque alguém o queria. Não gosto que façam das minhas palavras as deles, não gosto que mas tirem como se a eles pertencessem, não gosto que as usem sendo por mim sentidas, não gosto que as pronunciem sem dizerem que são minhas, vêm do meu eu, são sentidos meus. Não tem lógica. É promíscuo quem o faz. É bom revermo-nos nas palavras ditas e frases sentidas que se lêem por ai, bonitas, expressivas, mas ao aplica-las é de bom modo dizer que não são nossas, sentimo-las talvez tanto ou mais como quem as escreveu, mas alguém o disse não nós. Eu gosto de escrever e escrevo, tão coisas minhas, expressões, palavras mais ou menos sorridentes, minhas. Há toda uma gaveta repleta, que um qualquer cursor não atinge. Que um link não chega. Que uma plataforma não suporta. São pedaços tão meus!